Após reportagem sobre os golpistas do 8 de janeiro, Paulo Montoryn recebe enxurrada de ataques nas redes sociais
A Coalizão em Defesa do Jornalismo (CDJor) expressa seu repúdio à onda de ataques virtuais recebidos pelo repórter Paulo Motoryn, do Intercept Brasil, em retaliação a uma reportagem sobre um golpista condenado pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. As mensagens difundidas pela rede social X começaram na sexta-feira, 14 de março, e contabilizam dezenas de ameaças de violência física e de morte, além de exposição de dados pessoais e ataques à família do repórter.
Na reportagem, Montoryn relata a história de Josiel Gomes de Macedo que, mesmo condenado a 16 anos de prisão no Brasil, vive livremente em Buenos Aires, capital argentina, trabalhando como vendedor de pacotes turísticos. A publicação repercutiu nas redes sociais, e o jornalista passou a ser alvo de ataques em massa.
A maioria dos agressores são usuários desconhecidos, mas a proporção das ofensas e ameaças se intensificou quando o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) e outras figuras públicas republicaram e comentaram a respeito.
A hostilidade contra jornalistas nas redes sociais é uma forma grave de tentar cercear seu trabalho, sobretudo quando revelam fatos de interesse público. É preocupante que esses ataques sejam amplificados por agentes públicos e personalidades influentes e que encontrem eco nas redes sociais para a disseminação do ódio.
A CDJor insta as autoridades públicas a identificar os agressores e tomar as providências legais cabíveis, além de se solidarizar com o jornalista Paulo Motoryn, sua família e a equipe do Intercept Brasil.